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14 de out. de 2016

Pego não nego, apego quando puder.




Foi bem claro, de alto e bom tom, não vamos nos apegar. Mas pra todo coração gelado e inquieto existe alguém pra aquecer e sossegar. 
Seria trágico se não fosse cômico o fato de sermos tão bons em sermos de ninguém, em termos histórias passadas bem presentes e vidas muito livres. Eu diria a você que estou com medo e talvez fuja sempre, como vou tentar fugir desse sorriso e sei que você tem o mesmo medo e vai tentar fugir também.
Não dá né? A gente diz, é só mais uma vez, é só mais um beijo, é só mais essa vez, mas acontece que sempre no outro dia eu sinto sua falta e quero tudo de novo.
Um dia a gente dá pause, diz que é ponto final, mas que o nosso coração tem dislexia , aquilo que seria passatempo, vai virando bastante tempo junto e no outro a gente dá play e tudo volta mais intenso, mais apaixonado até, mesmo que o contrato era não se apaixonar..
Talvez a gente devesse ver no que dá, ou talvez parar pra sempre, você nunca mais fala comigo e eu nunca mais falo com você, promete?
Eu não consigo fazer essa promessa olhando seus olhos, sentindo sua barba, tocando seus lábios, sentindo seu corpo e ai a gente só coloca uma virgula e de virgulas em virgulas e reticências, a gente não consegue mais se separar. 
Acho que todos perderam a graça depois de você e do nada a saídas foram ficando menos legais, os outros não ficaram mais interessantes. Você diz que eu tenho gente demais, inconstante e não que não me apaixono, e eu digo que você não vale muita coisa, que somos bons em sermos de ninguém, mas deve tá ai nossa metade, a gente se completa mesmo sendo tão imperfeitos.
A gente não quer contar pra ninguém, não dá holofote, nega que estamos juntos, mas quando aparece uma mensagem e a gente sorri, todo mundo pergunta quem é, quando a gente se esbarra a nossa atenção é conjunta.
E não te confessando te confessando, acho que sinto ciúmes sim, quando do nada você some e começa falar com uma suposta amiga, não deveria, está bem claro, mas sei que você também morre de ciúmes de mim. Ficamos emburrados e raivosos do nada, e dá vontade de afastar o mundo de você e te trazer só pra mim, mas é egoismo, então eu só te deixo quieto e invento um milhão de coisas legais para te tirar da cabeça e ficar bem longe de você.
Eu não sei o que vi em ti, somos parecidos sim, mas de um jeito diferente, o que me encanta é esse jeito impetuoso de fazer as coisas e me prender como ninguém me prende, e eu aceito ser presa sem muito esforço. O que me encanta não é seu gosto de músicas, nem é sua inteligência, porque se fosse isso poderia ter me encantado com milhares outros, é o que seu fôlego me provoca, a saudade que dá, a raiva que vem a tona, o arrepio que a gente sente .
Pego não nego e tô adorando me apegar, se do nada eu sumir, é por medo, vá trás, me convença que pode não ser tão ruim assim, porque já está ótimo do nosso jeito torto. Eu não devo ser tão ruim assim, acho que você também não, pode ser que esteja na hora da gente parar de sermos almas livres e sossegar com a batida sincronizada de nossos corações. Mas não vou te dizer isso tá, deixa você ficar pensando que sou dessas que não se apega, porque tá tão bom, que tenho medo de a gente se prender e perder essa liberdade que nos une. Enquanto isso a gente vai se pegando e assumimos quando puder.

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